quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Mr. X

Existe aquele tal de "cavaleiro de armadura branca"? Aquele homem com quem toda menina desamparada sonha? Aquele herói que esperamos que que chegue e nos leve para seu mundo encantado? Duas pessoas resolveram debater sobre esta polêmica:

"-Acho que esse tal de cavaleiro não é uma pessoa, porque acho que ele deve ser uma figura perfeita, pura. Ele é na realiddea personificação do amor verdadeiro, assim será algo perfeito, para uma pessoa imperfeita.

-Para mim ele é a personificação da ilusão, por isso é tão perfeito e pode ser qualquer um. Ele é o verdadeiro "Mr. X"

-Mr. X... E onde estará meu Mr. X? E o que esse cavaleiro enfrenta? O dragão da desilusão. E sem esses dois elementos, cavaleiro e dragão, o mundo encantado perderia todo sentido. Este dragão adora me visitar. Ele me queima, me adora.

-Mundo encantado... seria a terra?

-Não, são as terras de nossos corações."

Este diálogo não é fictício.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pátria Amada?

Vejo a flâmula brasileira subindo, para atingir o topo do mastro. Logo vejo no centro da bandeira as palavras “ordem e progresso”. As palavras começam a pulsar repetidamente na minha cabeça. A música começa. “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas”. Progresso? Mas que belo rio nós tínhamos quando D Pedro proclamou a independência. Tão limpo, claro e risonho. Infelizmente, anos depois, o rio Ipiranga se encontra totalmente poluído, serve de esgoto clandestino e foi por anos residente do lixo imperial. Que amor pela primeira linha do hino nacional.

A música continua, minha mão está grudada em meu peito. Logo ouço “Se o penhor dessa igualdade...” Penhor dessa igualdade? Estão de brincadeira comigo não? Olhe para este país. As violentas desigualdades sociais são extremamente marcantes. Vejo homens cheios de dinheiro, vejo crianças sem comida... e me garantem a igualdade?! E não é como se antes fosse melhor. Não devemos esquecer que “ordem e progresso” valiam para homem livre. Escravo e Progresso eram duas palavras que nunca entrariam numa mesma frase.

“Se em teu risonho céu risonho e límpido”. Céu limpo? Aonde? Talvez há algumas dezenas ou até centenas de kilometros da capital, porque estrela em São Paulo é tão raro quanto político honesto. Existem óbviamente, mas estão ofuscados.

A gota d’agua foi ouvir “Nossos bosques tem mais vida”. Olhei para meu redor. Ví um bosque sim. Um bosque cinza, de concreto, frio e sem vida. Vida? Quantos animais não estão em via de extinção por causa do desmatamento... Quantas plantas se queimaram... quantos animais massacrados... quantos rios poluídos? Isto é ordem? Acabar com o ecossistema? Isso é progresso?!

O hino nacional teve muita influencia do movimento positivista frances. Numa terra ja saturada pela história, os franceses resolveram procurar o progresso em outro lugar. Um país tropical, grande, produtos de ouro... Era o próprio El Dorado. Mas a civilisação européia se instalou e foi destruindo pouco à pouco nossa utopia. “Brasil, país do futuro, país do progresso!” Quantas vezes já não cansamos de ouvir esta fala? O Progresso industrial se refletiu numa destruição de um de nossos valores primordiais: a conservação do nosso lar. Adoramos nossa terra ao cantar com fervor o hino nacional, mas nos contradisemos logo em seguida, massacrando a “terra adorada”.

Só posso terminar com uma fala. Dos filhos deste sólo é mãe gentil, pátria “amada”, Brasil!