domingo, 28 de junho de 2009

O Poderoso

Fico até irritada de escrever sobre algo tão banal quanto o amor. Mas não posso evitar, pois ele acompanha a raça humana desde os seus primeiros passos. Duas sílabas, duas vogais e duas consoantes, intercaladas. Uma pequena palavra, com um poder incrível de transformar homens e mulheres em pessoas melhores, ou eventualmente piores. Banal ele é. Mas é um mistério. Obviamente que meus amigos cientistas tentam sempre arranjar uma causa par tudo, para poderem se julgar onipotentes. Existem estudos científicos sobre o amor. Tudo besteira. Ele está além do poder de compreensão humano.

O amor é um paradoxo. É sofrer de tanta felicidade, sentir seu corpo enfraquecer diante do que mais prezamos, uma tempestade de alegria, é a incerteza certa. É dominador, regente de nós mesmos. Nos deixa alheio ao mundo com o simples toque de quem amamos. Nada mais importa. Este amor tão poderoso me intriga e me envolve. Sou amante e devota do próprio sentimento.

Afinal, para mim é uma incógnita sentir uma sensação tão louca assim. É uma força perturbante que domina meus pensamentos e me possui, de um milhão de maneiras diferentes, tomando meus sonhos, minha atenção, minhas fantasias, meus medos e perspectivas. Logo se transforma em uma mutação de diversos sentimentos, que juntos, me confundem, me enfraquecem, pouco à pouco. Vou perdendo a autoridade sobre mim mesma, até que tomem meu coração por completo. Torno-me logo subordinada à existência vívida e pulsante deste fogo dentro de mim, e vivo para alimentá-lo, já que sua força é a luz que me guiará. Finalmente, deixarei para traz todo e qualquer passado: já não tenho nome nem identidade:

Meu nome agora, é amor.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Labirinto

Queria comentar aqui um trabalho que achei muito interessante. Ele foi feito por Magali Ferber. O tema é "o labirinto". Vale a pena clicar sob a imagem para vê-la ampliada.
Além de bonito, achei o trabalho muito original. E de certa forma, posso associá-lo com diversas idéias que eu tenho derivadas da minha metáfora preferida "a vida é um livro". Concordo e discordo desta metáfora sem parae, em vários pontos, dependendo do meu humor.
Por exemplo, o título deste blog é diretamente ligado com esta idéia. Já expliquei o porque deste título no meu primeiro post, "O verdadeiro Prefácio". Então para não ser repetitiva não vou re-explicar.
Eu acho muito interessante as diferentes partes de texto narrativo. Situação inicial, ordem perturbadora, peripécias, força rectificadora, situação final.
Óbviamente nossa vida não tem essa ordem expecifica, senão seria totalmente perfeita e de certa forma, até um pouco chata. Mas podemos definir um pouco. Penso que a situação inicial acontecem 9 meses antes de nacermos. Estamos lá, boiando. A maior aventura que podemos ter é dar um chutesinho na barriga de nossas mães.
Ordem perturbadora? Com certeza seria o nacimento. A partir daí que surgem todos os eventuais problemas que teremos. São nossas peripécias, que levamos ao longo deste livro que nós com certeza não sabemos o final. Por isso acho a vida tão maravilhosa. É o livro mais bem escrito de todos. É imprevísivel; você literalmente vive na pele do herói, chora e se emociona com ele, vive cada suspiro, cada ansiedade, cada momento...
Força rectificadora e situação final? Não me pergunte. Estou apenas no começo das peripécias. Quando eu descobrir conto pra vocês. Mas acho que é melhor descobrir por si só. E talvez seja o único jeito.
Bem, agora olhe para a imagem. Cada livro está aberto e se mostrando para o outro, quase se entrelaçando. Disse Vinícius de Moraes: "A vida é arte do encontro embora haja muito desencontro pela vida". Então é isso. Os livros se encontram, as vidas se encontram. Você lê um pedaçinho da história de alguém, se apaixona por essa personagem, se confronta com essa personagem; ou pior ainda, lê sobre ela e fica indiferente. "Leia mais" me diziam... Só agora posso entender. O que realmente queriam me dizer era "Viva mais"
"Aquela pessoa é um livro aberto." "Não julgue um livro pela capa." De repente tudo se encaixa e podemos assimilar estes ditados com cada pessoa.
Quanto a noção de labirinto, quantas vezes nos sentimos perdidos, encurralado? Nossos objetivos parecem tão distantes, parece que estamos girando em círculos... até que subitamente aparece a saída, assim, por acaso. E quando você puser o pé fora do labirinto, vai se dar conta que entrou em outro. Talvez maior, talvez menor. E lá vamos nós de novo...
Só torcemos para não encontrar o minotauro dentro do labirinto, senão o bicho pega, literalmente.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Hora do filme!

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe."

Isso não é assustador?
A primeira vez que lí esta citação de Oscar Wilde, escritor irlandes (que aliás eu considero com um dos homens mais brilhantes que já existiu) eu simplesmente estremecí. Tentei analisar cada memória que guardo, desde meus primeiros anos. Esta análise durou muito menos do que eu esperava.

E o fato de eu ter feito uma síntese sobre toda minha vida em alguns minutos me abalou. Eu reduzí 16 anos, 310 dias, 6 horas e 54 minutos de vida (sim, eu fiz a conta) em apenas 15 minutos. De fato fui interrompida pela campaínha de casa que desencadeou uma série de impasses para que eu não continuasse esta enorme nostalgia.

O que mais me decepcionou foi que quando eu era pequena, achava que quando alguém morria veria o filme todo de sua vida e poderia então viver o dobro! A mentalidade que eu tinha era que se chegasse pelo menos aos 50, viveria um século! Mas não. Parece que esse maldito filminho que a dona morte passará não vai durar nem uma hora sequer. Quase não dá para comer a pipoca! E se eu quiser ir ao banheiro, pronto! Já perdi mais da metade e nunca vou entender o final do filme.



Aliás ninguém entende o final desse filme.




quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Morte da Bezerra


Tá, não é exatamente uma bezerra.


Fiz esse desenho há uns 8 meses. Meus desenhos não transmitem meus sentimentos. Então não quer dizer que eu tive um ataque de raiva e descontei em uma pseudo-cobra. Eu começei por desenhar o exato meio do desenho... aí vai desenrolando e no final tem algum formato (ou não!).

Acho esse desenho engraçado. Não dá pra saber se esse bicho está sendo atingido ou se é um tipo de cordão umbilical. Olha que paradoxo engraçado? Não dá pra saber se esse "troço" está atingindo e tirando a vida, ou se pelo contrário está providenciando os nutrimentos necessários para seu desenvolvimento. Muitas coisas são assim. Por exemplo, aquelas bombas de asma. Quando um asmático tem um ataque, isso pode lhe salvar a vida. Porém ao excesso vícia e não se pode mais viver sem. Assim como a morfina, que é usada pelos médicos como analgésico e sedativo, porém seu uso continuo pode causar náuseas e diversos outros problemas. É duro ter de usar alguma coisa que você sabe que nos primeiros minutos te fará bem, porém a longo termo te prejudica.

E isso não é só na medicina! Existem relacionamentos, atitudes, hábitos que a curto prazo parecem ser avantajosos, porém o fato é que te fazem mal aos pouquinhos, e você só sentirá o impacto anos depois. A questão é: vale à pena? Será que eu devo continuar sendo amiga daquela pessoa que me faz rir enquanto estou com ela, e depois não é leal à mim? Ela é tão engraçada e fala que meu cabelo é muito bonito... mas ela contou pra todo mundo aquele meu segredo! Ahh não tem problema, eles esquecem! Será que eu devo subir na mesa e fazer um strip-tease no meio da festa? Todo mundo vai achar super legal! Algumas pessoas vão me achar vulgar, mas eu culpo a bebida oras! Será que eu devo continuar usando gasolina no carro sendo que alcool é menos poluente? Ahh! Mas eu estou tão acostumada a por gasolina... E o governo vai achar um geito de despoluir o ar... Eu sei que vai.

Pois é, essa pobre mulher vai terminar sem amigos, com fama de vulgar, e com seu carro abastecido por gasolina. Até que seus netos vão ter que usar a bendita da bomba de asma porque o ar estará tão poluído que mais da metade da população será asmática.

Aí sim, essa vai ser a morte da bezerra.

Aos Amantes da Física

Falando de meus blogs passados, encontrei no resto deles um texto muito interessante, que escreví dia 06 de Março de 2007.

"Acho que não existe gravidade. Ficamos presos ao chão porque uma pressão nos empurra e não uma força nos atrai. Esta pressão existe graças à consciência: que é o resultado do que fazemos e sabemos que é errado, do que não fizemos e queríamos fazer, do que desejamos e não podemos possuir e principalmente a inveja. Esta massa de energia negativa fica nos ronda e espreme nossos corpos.
Isso tudo se adiciona um sentimento que também nos detém, nos aprisiona: o medo. O medo de gritar quem somos, de liberar toda essa energia negativa. De dizer ao mundo que a nossa alma ama, de dizer ao mundo que nossa alma é livre. Isso tudo se acumula.
Os anos vão passando, esse medo se transforma e vai se empreguinando em nossos corpos: ganhamos mais peso e altura. Aí está. Nós não simplesmente crescemos... mas é esta massa maquiavélica que vai enchendo nossos cérebros, nossos corpos. Assim, se não fosse essa maldita maldade, seríamos todos crianças, e voaríamos. O chão não seria nosso limite, mas nosso repouso
Tente chegar o mais perto possível deste sonho. Se você não pode voar, flutue em seus pensamentos."

Achei que dava pra resgatar esse trecho. É até que interessante; e para mim, a idéia é totalmente plausível. Por acaso nossos pés são feitos de metal e no centro da terra tem um grande imã? Pois quando me falaram que a gravidade é uma força que nos atrai, esta é a imagem que eu tenho. E de fato, nunca encontrei uma explicação para os seres vivos começarem de um tamanho e terminarem suas vidas muito maiores. Para completar, até a religião diz que as crianças são mais puras (pelo menos as cristãs, mas acho que deve ser unanimidade). Logo, conseguí achar uma explicação para estes dois fatos! Ganhamos massa; mas não qualquer massa, essa tal "massa maquiavélica".

Obviamente que o texto é um pouco extremista, e reflete a personalidade conturbada de uma garota de 14 anos que ainda não tinha todos os parafusos no lugar certo. Agora, com 16, alguns parafusos a mais (porém muitos faltando), posso afirmar que uma coisa é certa. Nunca acreditei na física.
Nada contra cientistas! São obviamente homens muito inteligentes! Mas tenho o perfeito direito de não acreditar neles. Sim, é uma mentalidade muito fechada, mas fazer o que? Nenhum deles me convenceu. Não por questões religiosas, mais por questões pessoais. A prova disso é que um dos poucos em quem eu acredito é Darwin. Ele sim me convenceu. Simplesmente porque a teoria dele conta com provas materiais, vísiveis.
Agora vem um bonitão de jaleco (no caso, meu professor de física) e vem me falar que toda matéria é composta por prótons, elétrons e neutrons; seja uma pedra ou você mesmo. Quando ele me veio com essa história, quase falei para ele lamber o chão! Não é composto pela mesma coisa? Então não deve ter problema oras!

O pior, é que é besteira atrás de besteira. Alguns meses depois o mesmo bonitão resolve me dar um mapa das galáxias, assim, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Como se fosse o mapa de uma país meio desconhecido: tinha nomes estranhos, nehuma compania aérea oferece um pacote de viagem até lá e eu não iria à nenhum daqueles lugares.

Sim eu sei, é muita ignorância minha. E tenho que adimitir que só fiz esta crítica para zombar dos meus amigos que são fanáticos por física e justificam qualquer coisa pela frase "Ah! A ciência provou que..."

Exposição de Banksy em Bristol

A imagem do título do blog é do meu artista de rua londrino favorito, Banksy! Os trabalhos dele estão por vários lugares do mundo. Tem em geral uma conotação de revolta sobre algum conceito político, com um toque de ironia de vez enquando. E claro, são todas muito provocátivas. O que eu adoro é que ele consegue fazer de uma crítica pesada, uma bela imagem.
Esta imagem está na cidade de Nova Orleans, EUA.

Juro que de ver as imagens dele fico inspirada. Afinal, alguém tenta pelo menos alarmas as pessoas sobre as coisas que não estão certas. E ainda faz isso com grande estilo! Hoje em dia já está muito comercializado... Você pode comprar um de seus trabalhos (aliás por um preço altíssimo!). Esta comercialisação está tão grande de fato que ele ganhou um espaço no museu de Bristol. A exposição está no ar desde o dia 13 de Julho e vai até o dia 31 de Agosto.

"And it's happening now at Banksy versus Bristol Museum, the exhibition the elusive graffiti artist suddenly unveiled last week, in which he has his "remixed" the museum's own collection by putting more than 100 of his own artworks among it – by far the largest Banksy show to date, of work mostly never shown in the UK before. "
Source: http://www.telegraph.co.uk/

Pois é! Sorte dos ingleses e daqueles que passarão suas férias em Bristol. Deve ser uma exposição muito legal. Felizmente, Banksy fez seu próprio merchandising e em seu site oficial divulgou o um pequeno making of desta exposição: http://www.banksy.co.uk/index2.html
Serve como aperitivo, dá até pra ver alguns trabalhos.

Mas o que eu queria mesmo era pegr um avião agora mesmo e ir direto pra Bristol. Aperitivos são bons, mas o que interessa mesmo, é o prato principal.

O verdadeiro Prefácio

A probabilidade deste blog ser atualizado por mais de um ano é quase nula. Já tive inumeros fotologs, skyblogs, bliggers... Nenhum deu certo. Mas talvez agora meu bom senso não postará mais coisas da minha vida pessoal.
O interesse deste blog é justamente o meu prefácio: postarei aqui coisas que me atingem, me agradam e me desagradam. Dei este nome ao blog justamente para que os leitores não entrem na história do meu livro, ou seja, na minha vida.

Prefácio: Palavras de esclarecimento, justificação ou apresentação, que precedem o texto de uma obra literária, do próprio autor, editor ou outra pessoa de reconhecida competência ou autoridade.
Fonte: Dicionário Michaelis

Voilá. Aí seguem meus pensamentos, fotos comentadas (tanto minhas como de outra pessoa), ou qualquer outra besteira que possa me apresentar.