quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Grito de Guerra

Algo sem forma vem perturbar minha lembrança. É um sentimento estranho, vazio. E só me afeta ao me pegar desprevenida, pois passo o resto do dia de armadura. Há alguns meses eu a comprei, porém ela ainda não é minha. Agora que já tomei posse desta proteção, como posso ainda respirar o ar de sua falta?

As saudades estão no ar. São um gás que entra pela narina, pelos olhos, pela boca; penetra quando reconheço seu cheiro, seu rosto e seu sabor. Queima meu pulmão. Faz-me perder o ar. E assim chega ao coração.

De que servem as armaduras se não se é forte para lutar?

Hora de comprar uma bela espada, e encravar no peito do problema. Arrancar de meus ventrículos os germes contaminados. Purificar meu ar. Ir pra guerra de peito erguido, saudável e finalmente leve...