Algo sem forma vem perturbar minha lembrança. É um sentimento estranho, vazio. E só me afeta ao me pegar desprevenida, pois passo o resto do dia de armadura. Há alguns meses eu a comprei, porém ela ainda não é minha. Agora que já tomei posse desta proteção, como posso ainda respirar o ar de sua falta?
As saudades estão no ar. São um gás que entra pela narina, pelos olhos, pela boca; penetra quando reconheço seu cheiro, seu rosto e seu sabor. Queima meu pulmão. Faz-me perder o ar. E assim chega ao coração.
De que servem as armaduras se não se é forte para lutar?
Hora de comprar uma bela espada, e encravar no peito do problema. Arrancar de meus ventrículos os germes contaminados. Purificar meu ar. Ir pra guerra de peito erguido, saudável e finalmente leve...
Muito bem Cláudia. Gostei. Um beijinho grande.
ResponderExcluirO amigo (da mãe)
Daniel