domingo, 11 de abril de 2010

A Chave Mestra

Certamente existe uma relação de escravidão entre o passado e o presente.

No plano sentimental essa conexão se faz por aqueles momentos que seguramos com tanta força para podermos nos lembrar de cada detalhe. O sentimento faz então com que o presente se alimente deste passado. Quer simplesmente revivê-lo infinitas vezes dentro de sua imaginação.
Porém, quando este sentimento faz mal, faz falta ou nos aborrece, tentamos abrir a mão para que ele escorra pouco à pouco de nossa memória. Como a água que vai, molha e depois seca, desaparece. Acontece que nos vemos impossibilitados de largá-los, pois nós os seguramos com tanta força que eles se impregnaram em nossa pelo. Sangue-sugas, memórias sugam nossa energia, nossos sorrisos, nosso prazer de viver o presente.

Ficamos lá, acorrentados ao passado. Mas esquecemos que no começo, nós mesmos colocamos as algemas em nossas próprias mãos, quando queríamos que aquelas lembranças tomassem nossa vida para sempre. E tomaram. Agora não podemos mais nos libertar.

Vivemos no presente carregando as longas correntes em que estamos presos. Mas ainda assim caminhando para frente, pois eu sei que há uma chave em algum lugar. Nós que nos acorrentamos, da mesma forma que nós vamos conseguir nos libertar. Chave misteriosa a que procuramos: Ninguém sabe como é, como se parece; ninguém sabe se é pequenina ou gigante... ninguém sabe se ela existe.

Futuro, vem me libertar.

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