sexta-feira, 7 de maio de 2010

Recaída

Aproximei-me do delírio.

Sussurrou no meu ouvido aquela palavra irresistível: "loucura".
Ah demônio, pare de me atormentar! Me provoca, me envolve, me seduz e sai correndo. Vai! Corre! Tua presença não é bem-vinda.
Gritou do fundo da sala uma provocação terrível: "adeus".
Não, não vá! Não me abandone aqui, seco e vazio. Me preenche mais uma última vez. Me leva daqui. Venha, e eu me rendo ao seu encanto. Fechei os olhos e assim foi.

Quando retornei desorientado, ouvi logo a provocação: "ingênuo".
Bateu a porta e foi embora de uma vez. O barulho atormentou a consciência, que logo veio tirar satisfação: "Você não consegue se segurar nem por um minuto?" Mas que vergonha, como fui ceder tão facilmente? A velha chata me encheu de censuras, e me convenceu a obedecê-la. Ficou com sono, afinal a idade já estava pesando demais na conciência. A porta bateu de novo; eu estava finalmente sozinho.

Resolví seguir os conselhos da rabugenta.
Porém quando estava me preparando para dormir, vi um vulto na janela.

Aproximei-me do delírio.

3 comentários:

  1. CLAUDIAA ABREU SE EU SOU A VELHA CHATA EU VOU FICAR TRISTE (eu sei que é sua consciencia, mas anyway, me pareço com ela?!)


    muito bom o texto, inevitavel =/

    te amo, bastante! jujubilu

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  2. Adoro ler o que voce escreve, j'ai particulièrement aimé celui la . Meme si apres plusieurs lectures, je n'ai pas encore compris tout ce que tu essayais de faire passer.
    parabens mesmo

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  3. Vc pediu minha opiniao, é o melhor q vc ja escreveu.

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