terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tudo e nada

Numa mesa redonda, quatro camaradas jogam cartas. Discutem sobre atualidades, sobre a vida, sobre absolutamente tudo e nada.
Num movimento brusco, um deles derrama o conhaque sobre a mesa; sujando assim a toalha, as cartas, o jogo, a vida, o tudo e o nada.
Com o jogo acabado, as cartas sob a mesa e um pano na mão, o bagunceiro resolve limpar tudo que fez de errado: limpou a mesa suja de bebida, limpou a casa, limpou o jogo. Pegou uma vassoura e varreu o pó para debaixo da mesa. Descontente, jogou a mesa fora. Descontente, quebrou as paredes de sua casa, as barreiras do condomínio, os limites da sociedade. Vôou.

Os amigos perplexos olharam aquilo, discutiram sobre o fato, sobre atualidades, sobre absolutamente tudo e nada. Puseram as cartas na mesa, o conhaque no copo, a sujeira na casa, as paredes ao seu redor, as barreiras no condomínio e os limites na sociedade.

Um comentário:

  1. sabe, a primeira vez que eu li eu achei meio aleatório, mas devo dizer que depois que li de novo e me deixei pensar um pouco simplesmente se tornou genial. parabéns.

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