segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Papel

A página em branco me encara furiosa. Como posso não preenche-la depois de tanto tempo encarando-a? De certa forma entendo seu sentimento: Como posso estar ali, diante dela e ainda assim não ver absolutamente nada na minha frente? A página não é invisível, porém é de total irrelevância.

E mesmo se eu escrever algumas palavras no papel, mesmo se ele se tornar um pouco mais interessante... Quem irá lê-lo? Talvez ele seja solto ao vento sem que ninguém ouse pousar os olhos em cima daquelas palavras. Quem irá entendê-lo? Palavras soltas, incoerentes, incomunicáveis. Talvez aos olhos de uns sejam apenas seqüências de letras aleatórias.

A chuva pode chegar e molhar o que o vento levou, borrando as letras aleatórias e transformando as palavras em manchas tristes chorando sua tinta. O caos lava o sentido da escrita deixando tudo disforme para qualquer um que enxerga com os olhos.

Mas há quem prefira não enxergar, não tentar entender. Há aqueles que depois da chuva pegam o papel molhado e manchado de cinza, em tons de tristeza. Estendem ao sol para secar e encontram um novo sentido para aquele pedaço de nada manchado:

Lá vai o aviãozinho de papel, voando pelo céu.

Um comentário:

  1. Não para de escrever, eu sei que tá puxado o cursinho, mas não para!! Fiz um blog novo, da uma olhada dps

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