terça-feira, 7 de julho de 2009

Mandamentos de uma criança

"Não haveram mais limites entre meus sonhos e a realidade."

Talvez assim, minha vida fique um pouco mais fantástica, e meus sonhos um pouco mais reais. Podería voar pela cidade, atravessar o mundo num piscar de olhos. Óbviamente teriam alguns incovenientes. O bixo Papão por exemplo iria me visitar de vez enquando, assim como personagens extraorinários que só minha mente conhece. Imagine se tudo o que sua imaginação já criou pudesse ser real. Tudo. Desde aquele chocolate o tamanho de um prédio ao camundongo falante. Sería realmente uma bagunça. Principalmente quando os sonhos reais começacem à cohexistir uns com os outros. Mas nós seríamos os heróis e nossa histórias, e nunca acordaríamos para amarga realidade onde o bicho Papão é só um mito. Ou talvez ele esteja aí, no seu armário, confortável, esperando que alguém acredite nele de novo, para que possa existir livremente de novo.


"Tudo que acredito é real."


Talvez assim, minha vida fique um pouco mais fantástica, e eu possa tomar o chá d tarde com meu velho amigo, Mister Papão. Esta é a diferença entre nós, meros cidadões, e as crianças. Há aquelas que ainda não foram corrompidas pelo mundo. Penso que são os seres mais puros e soberanos da terra. Ditam suas próprias crenças, acreditando em seus sonhos e tornando cada ilusão, uma realidade. Para cada uma, aquelas fantásias são apenas cotidianas. Seu mundo brilha. E pouco à pouco, as novas gerações estão sugando todo este brilho maravilhoso. Crianças não acreditam nem sonham mais.


Por isso vim aqui denunciar este crime. Não sugue o brilho da infância destes pequenos seres. Para ilustrar este debate, usarei o trabalho de Jacob Aue Sobol. Nesta foto, vemos como a criança tem um olhar solitário, quase que abandonado. Tem em seus braços um pequeno gato, abraçado com ternura. Ao fundo, um campo de girassol.


Minha interpretação é: ela está dentro de casa, entre os muros da realidade, privada do campo de flores que representariam sua pureza. Se agarra ao gato, com quem provavelmente tem uma relação muito próxima, tentado garrar seus últimos vestígios de sua infância, que estam sendo arrancados de sua vida violentamente. Deve estar doendo, e muito.


Para mim pelo menos, continua a doer cada vez que tenho de me conformar com as podres do mundo tão real e concreto que vivemos. É quase que uma facada. Bons tempos em que meu maior medo era o Senhor Papão. Agora teho medo de guerras, doenças, corrupção... Aliás, aposto que meu querido Papão já deve estar morto com uma bala no peito, ou talvez tenha morrido de overdose. Só sei que meu caro camundongo falante, morreu de gripe suína.

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