sábado, 8 de agosto de 2009

Post imortal

Eu sempre tive pavor da morte. Cada religião propõe uma certa continuação, mas a verdade é que a idéia de abandonar este mundo me dá calafrios. Medo da solidão, do incerto, e para ser franca, da verdade. Logo eu, que crítico tão severamente este mundo e os habitantes dentro deles.
Bem, devo adimitir que sou uma pessoa muito paradoxal. Mas tudo tem no mínimo dois lados. Então vamos começar pela parte boa de termos nossas vidas limitadas pelo tempo. A primeira é: vamos concordar, ser imortal pode facinar muitos dos grandes heróis e vilões; mas qual a graça de ser imortal e ver todas as pessoas que você ama indo embora? A unica imortaliade que desejo é a dos meus pensamentos, dos meus atos... Quero deixar meus rastros por aqui. E para deixar rastros, você deve ir embora.

Óbvio que a dor é um certo impasse. Mas a dor só nos deixa mais fortes. Aqui na vida pelo menos é assim. Qualquer momento doloroso é terrível, mas a força que fazemos para superar qualquer perda é algo incrível. Se ler é um exercício para mente, e esporte para o corpo, sofrer é um exercício para alma.

E o mais importante na vida não é superar seus medos. Medo não se supera. É decidir que algo é mais importante que esse medo, e que vale apena enfrentá-lo. Nunca vou superar o medo da morte. Mas quando ela chegar, vou olhá-la diretamente nos olhos. Só irei entender minha vida quando ela chegar ao fim. Não que eu esteja anciosa para desvendar este mistério, muito pelo contrário. O fato da vida acabar torna-a muito mais interressante. Mas para ser imortal, seria preciso no mínimo de um bom anabolizante, afinal niguém é tão forte assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário