quinta-feira, 25 de junho de 2009

Hora do filme!

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe."

Isso não é assustador?
A primeira vez que lí esta citação de Oscar Wilde, escritor irlandes (que aliás eu considero com um dos homens mais brilhantes que já existiu) eu simplesmente estremecí. Tentei analisar cada memória que guardo, desde meus primeiros anos. Esta análise durou muito menos do que eu esperava.

E o fato de eu ter feito uma síntese sobre toda minha vida em alguns minutos me abalou. Eu reduzí 16 anos, 310 dias, 6 horas e 54 minutos de vida (sim, eu fiz a conta) em apenas 15 minutos. De fato fui interrompida pela campaínha de casa que desencadeou uma série de impasses para que eu não continuasse esta enorme nostalgia.

O que mais me decepcionou foi que quando eu era pequena, achava que quando alguém morria veria o filme todo de sua vida e poderia então viver o dobro! A mentalidade que eu tinha era que se chegasse pelo menos aos 50, viveria um século! Mas não. Parece que esse maldito filminho que a dona morte passará não vai durar nem uma hora sequer. Quase não dá para comer a pipoca! E se eu quiser ir ao banheiro, pronto! Já perdi mais da metade e nunca vou entender o final do filme.



Aliás ninguém entende o final desse filme.




4 comentários:

  1. "Estamos todos na lama, mas poucos param admirar as estrelas." - Oscar Wilde

    ps: não sei se era exatamente assim, mas algo na linha disso.

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  3. Clau, eu acho que interpretaria a citação de Oscar Wilde de outra forma.
    (É bom antecipar que o que será anunciado aqui, poderá somente ser aplicado ao caráter humano, desconsiderando os outros seres conscientes ou inconscientes.)
    Nesta frase o autor opõe dois termos: 'viver' e 'existir'. Mas o que os difere? Ambos conferem um significado similar ao serem usados banalmente; entretanto, ao evertuar-se à essência de cada uma deles, percebemos uma nuancia, diluída pelo uso corrente da sociedade:
    O vocábulo 'existir' é relacionado ao simples fato de estar aqui, agora. Porém, 'viver' comporta o fardo de um conceito muito mais forte, mais completo. Ele pode resumir-se ao fato de estar aqui como um ser consciente, mas também complementado ao sentimento, à ciência - em seu sentido morfológico - de existência, de vida.
    Portanto, acredito que, o que autor quis porferar, é o mesmo que descreve Pascal, ou mesmo Rousseau: nós sacrificamos o presente ao passado e ao futuro; vivemos à base de memórias e previsões. São raras as pessoas que sentem o próprio Sr. Tempo, passando pelo nosso corpo, nos acariciando com uma pequena brisa no rosto, com um doce suspiro de felicidade, desencadeando os mais nobres sentimentos; desaguando uma lágrima ou eclorando um sorriso.
    Em definitiva, esse seria o sentido que eu atribuiria à frase de Wilde: o próprio sentimento do passar do tempo, não a noção de toda a sua extensão.
    p.s.: Depreco por uma réplica ao meu curto eco, somente para saber se há aprovação ou desaprovação das minhas idéias.
    p.p.s.: Você é uma ótima escritora, Clau, quero que saiba disso. Aprecio muito as suas idéias e a forma a qual as transmite. Congratulo-lhe.

    Beijos!


    Pedro Pancevski.

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